Oligoterapia é ciência ou tradição? Entenda como os minerais atuam no organismo de forma funcional.
Descubra o que é Oligoterapia, sua base científica e como os minerais traço atuam no equilíbrio do corpo de forma natural e segura.
Você já ouviu falar em oligoterapia?
Apesar de ainda pouco conhecida por muitos, essa prática une o conhecimento científico sobre os micronutrientes essenciais com o uso funcional e natural dos minerais na promoção do equilíbrio do organismo. Mas será que a oligoterapia é uma tradição antiga ou uma descoberta da ciência moderna? Neste artigo, vamos explorar a história, os fundamentos e os benefícios dessa técnica natural, mostrando como ela pode ser aplicada com segurança e eficácia no seu dia a dia, sempre com base na saúde integrativa que inspira a Botica de Jardim.
O que é Oligoterapia?
A oligoterapia é uma prática terapêutica que utiliza oligoelementos, também chamados de minerais traço, em doses fisiológicas, para modular funções orgânicas, equilibrar sistemas do corpo e prevenir disfunções metabólicas leves.
Esses minerais não são produzidos pelo corpo e precisam ser obtidos através da alimentação ou suplementação pontual.
Origens: ciência ou tradição?
A oligoterapia, como conhecemos hoje, foi sistematizada pelo médico francês Dr. Jacques Ménétrier na década de 1930. Ele observou que certas deficiências ou desequilíbrios minerais estavam relacionadas a padrões de reatividade orgânica e comportamental, criando um protocolo de uso personalizado dos elementos-traço.
Mas a tradição do uso de minerais é muito mais antiga:
- Egípcios utilizavam cobre e ouro em poções medicinais
- Ayurvédicos prescreviam compostos minerais purificados
- Povos indígenas faziam uso ritual e medicinal de águas ferruginosas, argilas e pedras
A oligoterapia moderna une esses saberes tradicionais à bioquímica clínica contemporânea.
O que são oligoelementos?
Os oligoelementos são minerais essenciais que estão presentes no organismo em quantidades mínimas, tão pequenas que muitas vezes são medidas em microgramas. No entanto, apesar dessas concentrações diminutas, seu impacto sobre o funcionamento do corpo é imenso.
Eles participam ativamente da regulação de processos biológicos, atuando como co-fatores de enzimas, equilibrando o sistema imunológico, influenciando o metabolismo, o sistema nervoso e até a saúde emocional.
Esses elementos são classificados como “oligo”, que vem do grego e significa “pouco”, justamente porque o corpo necessita de doses muito pequenas para manter o equilíbrio fisiológico. Ainda assim, a deficiência ou excesso de um oligoelemento pode gerar desequilíbrios significativos. A seguir, você encontrará uma explicação ampliada sobre os principais oligoelementos utilizados em terapias ortomoleculares e suas funções:
Zinco
O zinco é um dos oligoelementos mais estudados e versáteis. Ele fortalece o sistema imunológico, ajuda na cicatrização da pele, é essencial para o bom funcionamento da visão e participa da produção e regulação de neurotransmissores, influenciando o equilíbrio mental e a memória. Também é importante para a produção hormonal e atua como antioxidante natural, protegendo as células contra os danos causados pelos radicais livres.
Magnésio
Embora seja mais abundante que outros oligoelementos, o magnésio é crucial para mais de 300 reações bioquímicas no corpo humano. Ele favorece o relaxamento muscular e mental, auxilia na produção de energia, contribui para o equilíbrio do sistema nervoso e cardiovascular, e atua no metabolismo da glicose e dos ácidos graxos. Sua carência está associada a estados de estresse crônico, ansiedade, insônia e fadiga constante.
Selênio
Potente antioxidante, o selênio age na neutralização de radicais livres, na proteção das membranas celulares e no suporte da função da glândula tireóide, onde participa da conversão de T4 em T3 (forma ativa do hormônio). Além disso, ele tem um papel importante na desintoxicação do organismo, favorecendo a eliminação de metais pesados. É também considerado essencial na prevenção de doenças neurodegenerativas e cardiovasculares.
Manganês
O manganês tem papel essencial na formação e manutenção de cartilagens e ossos, sendo importante para a integridade articular. Também é fundamental para o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Ele participa da produção de energia celular e da defesa antioxidante, sendo útil para pessoas com desgaste físico, inflamações crônicas ou metabolismo lento.
Cobre
O cobre está relacionado à produção de hemoglobina, à formação de tecidos conjuntivos e ao fortalecimento das defesas naturais do corpo. Ele atua junto ao ferro na formação do sangue e contribui para a pigmentação da pele e cabelos. Sua ação antioxidante também protege contra o envelhecimento precoce. Em desequilíbrio, pode afetar o sistema nervoso e imunológico.
Lítio (em doses mínimas)
O lítio, quando utilizado em doses muito pequenas (oligoterapia), é empregado para regular o humor e promover o equilíbrio emocional. Ele é conhecido por sua ação estabilizadora, principalmente em casos de instabilidade emocional leve, ansiedade e agitação. Não se confunde com as altas doses usadas em medicamentos psiquiátricos. Na terapia ortomolecular, seu uso é pontual e seguro, com supervisão profissional.
Cromo
O cromo está diretamente relacionado ao controle da glicemia (níveis de açúcar no sangue), por sua atuação na sensibilidade à insulina. Ele também regula o metabolismo de gorduras e carboidratos, sendo útil em casos de resistência à insulina, síndrome metabólica e até mesmo no apoio ao controle do apetite por doces e carboidratos refinados. Sua deficiência pode causar fadiga, alteração do humor e dificuldade de emagrecimento.
Uma abordagem integrada e personalizada
Na Terapia Ortomolecular, os oligoelementos são utilizados com o objetivo de restaurar o equilíbrio bioquímico do organismo. A prescrição é sempre personalizada, baseada em sinais clínicos, exames laboratoriais e avaliação do terreno biológico da pessoa. Essa abordagem respeita a individualidade de cada organismo, buscando repor apenas o que está em desequilíbrio, promovendo saúde com segurança.
Para que serve a oligoterapia?
A prática pode ser usada como apoio complementar para:
- Fadiga crônica leve
- Baixa imunidade
- Dificuldade de concentração
- Ansiedade e irritabilidade
- TPM e alterações hormonais leves
- Queda de cabelo, unhas fracas
- Suporte à saúde da pele
Como os oligoelementos são usados na prática?
Por via oral (gotas ou solução diluída)
Com fórmulas manipuladas por farmácias especializadas ou prescritas por terapeutas ortomoleculares.
Via alimentar (trofoterapia)
Através de uma dieta rica em minerais biodisponíveis:
- Zinco: sementes de abóbora, castanhas, leguminosas
- Magnésio: cacau puro, banana, vegetais verdes
- Selênio: castanha-do-pará (1 por dia basta)
- Cobre e manganês: ervas como alecrim, urtiga, hortelã
Com apoio fitoterápico
Ervas e plantas podem potencializar o efeito dos minerais:
- Cavalinha: rica em silício
- Dente-de-leão: depurativa, fonte de potássio e cálcio
- Pfaffia glomerata: revitalizante, rica em esteróides naturais
Quais os benefícios da oligoterapia natural?
- Restaura o equilíbrio mineral do organismo
Sem sobrecarga hepática ou intoxicação.
- Promove saúde celular
Melhorando o transporte de nutrientes, oxigênio e energia.
- Apoia o sistema imune
Através da regulação do zinco, selênio e cobre.
- Modula o sistema nervoso
Auxilia na produção de serotonina, dopamina e GABA de forma natural.
- Atua de forma preventiva
Evitar disfunções antes que evoluam para quadros clínicos.
5 curiosidades sobre a oligoterapia
Você sabia?
- A deficiência de magnésio é uma das mais comuns no mundo ocidental, impactando mais de 50% da população.
- O excesso de cálcio sem equilíbrio com magnésio e fósforo pode favorecer dores articulares e calcificações.
- Os minerais precisam estar ionizados ou quelados para serem corretamente absorvidos.
- A combinação de zinco + vitamina B6 melhora a saúde da pele e o humor.
- O selênio em excesso é tóxico. Bastam 1 ou 2 castanhas-do-pará ao dia para suprir o necessário.
Oligoterapia e as PICS no SUS
Embora a oligoterapia ainda não esteja listada nominalmente nas PICS, a utilização racional e educativa de minerais e o uso da trofoterapia (alimentos funcionais) fazem parte das estratégias reconhecidas pelo Ministério da Saúde como práticas integrativas de promoção de saúde.
“A valorização dos alimentos e minerais naturais como elementos preventivos e terapêuticos se alinha aos princípios da integralidade e autonomia em saúde.”
Fonte: Ministério da Saúde – PNPIC
Cuidados e orientações importantes
- O uso de suplementos deve ser feito com prescrição ou orientação profissional.
- Evite associações indiscriminadas de minerais.
- Prefira alimentos e compostos naturais ricos em oligoelementos.
- Observe os sinais do corpo: fadiga, insônia, irritação e queda de cabelo podem ser indícios de carência mineral.
- Crianças, gestantes e idosos devem ter protocolos individualizados.
Onde encontrar minerais e suplementos naturais com segurança?
A suplementação natural é um dos recursos mais utilizados na prática naturopática para restaurar o equilíbrio do organismo, corrigir carências nutricionais e fortalecer o sistema vital. No entanto, é essencial buscar fontes confiáveis e éticas, já que o mercado está saturado de produtos de baixa qualidade, propaganda enganosa e fórmulas sem respaldo técnico.
A seguir, veja como encontrar minerais e suplementos de forma segura, consciente e responsável:
1. Opte por marcas reconhecidas e com certificações de qualidade
Sempre verifique se a marca do suplemento possui:
- Registro na ANVISA ou no Ministério da Saúde, quando se trata de produtos com alegações terapêuticas.
- Boas práticas de fabricação (BPF) e selos como ISO 22000, GMP ou orgânico certificado.
- Laudos técnicos ou relatórios de análise laboratorial disponíveis ao público.
Marcas brasileiras confiáveis incluem: Apis Flora, Unilife, Vital Âtman, Catarinense Nutrição, entre outras com histórico no mercado e produção nacional.
2. Prefira farmácias de manipulação com respaldo técnico
As farmácias de manipulação podem produzir suplementos personalizados, como oligoelementos, aminoácidos, fitocomplexos ou cápsulas com minerais específicos.
Dica: escolha estabelecimentos com farmacêutico responsável, CNPJ regularizado e que ofereçam fórmulas com prescrição de profissional habilitado (nutricionista, médico integrativo ou naturopata certificado).
Importante: mesmo produtos naturais podem causar efeitos adversos se usados sem orientação ou combinados com medicamentos alopáticos.
3. Busque lojas especializadas em saúde natural
Evite comprar suplementos em sites genéricos, marketplaces sem rastreabilidade ou lojas que não informam a procedência. Em vez disso:
- Compre em lojas de produtos naturais com tradição, que trabalhem com laboratórios confiáveis.
- Dê preferência às que oferecem atendimento técnico qualificado, como nutricionistas ou terapeutas presentes no local.
- Verifique se os produtos têm prazo de validade legível, lote visível e rotulagem completa.
Exemplo de boas práticas: lojas físicas e online que informam as concentrações de ativos, recomendam protocolos personalizados e oferecem suporte pós-venda.
4. Utilize plataformas seguras de venda online
Alguns sites especializados oferecem logística eficiente, selos de qualidade e atendimento profissional. Veja algumas opções reconhecidas no Brasil:
- Use Orgânico
- Flor da Terra
- Mundo Verde
- Taki Natural
- Farmácias de Manipulação com e-commerce oficial (como Dermatus, Laszlo, Floravita)
Evite promoções suspeitas em redes sociais, links de WhatsApp e produtos importados sem liberação da Anvisa.
5. Procure acompanhamento profissional individualizado
A suplementação correta depende de uma avaliação bioindividual. Evite usar suplementos “da moda” ou repetir receitas de terceiros. Cada organismo tem um histórico único e necessidades específicas.
- Faça exames laboratoriais com orientação profissional (hemograma, perfil mineral, vitaminas, exames funcionais).
- Consulte um naturopata, nutricionista integrativo ou médico com formação em práticas complementares para montar seu protocolo com segurança.
- Registre os efeitos e faça ajustes conforme orientação, respeitando seu tempo de adaptação.
6. Aprenda a ler rótulos e desconfiar de promessas milagrosas
A rotulagem dos suplementos deve conter:
- Nome científico dos ativos
- Dosagem exata por porção
- Forma química do mineral (ex.: bisglicinato, citrato, sulfato)
- Contraindicações, modo de uso e composição completa
Evite produtos que prometem “cura”, “emagrecimento instantâneo” ou efeitos “sem esforço”. Na Naturopatia, o foco é no equilíbrio gradual e sustentável do organismo, não em soluções mágicas.
Equilíbrio mineral é vida em harmonia
A oligoterapia nos lembra que a saúde está nos detalhes, ou melhor, nos traços. Minerais em pequenas doses podem transformar nossa energia, disposição, humor e bem-estar de forma suave e profunda. Ao reconhecermos esse potencial, abrimos espaço para uma saúde mais natural, preventiva e integrativa, conectada com a sabedoria do corpo e da terra.
Aviso Legal
Este conteúdo é educativo e não substitui orientações médicas, nutricionais ou farmacêuticas. O uso de minerais, suplementos e compostos naturais deve ser individualizado e acompanhado por profissionais qualificados.